A lógica formal clássica estuda os processos intelectuais que são a
condição do conhecimento verdadeiro. Esse conhecimento verdadeiro não é o mesmo
que dizer que algo existe ou não. Por exemplo, a linguagem matemática é
verdadeira, mas não existe! Inclusive muitos lógicos atuais gostariam de ver as
coisas serem expressas através da linguagem da matemática. Quanto mais rigorosa
for mais adequada ao pensamento científico.
A filosofia precisa da lógica para ser filosofia.
Aristóteles sabia que é mais improdutivo discutir quanto maior for o
grau de inexatidão. É importante no momento criativo deixarmos a mente solta,
vagando. Mas no momento em que vamos expressar o pensamento é importantíssimo
atentarmos para a concatenação de argumentos que nos levou a tal ou qual
conclusão. É esse encadeamento demonstrável que dará a credibilidade ao que
vamos expressar. Qualquer conclusão a que chegarmos será “julgada” pela
coerência na concatenação dos elementos intelectuais que formaram tal
conclusão.
Todo o argumento precisa conter um juízo.
O juízo é que estabelece uma relação
determinada entre dois ou mais termos (sujeito e predicado). Quando afirmo que
o professor ensina, estou relacionando o termo (conceito) professor e o termo
(outro conceito) ensinar. Podemos tornar isso mais complexo ao fazermos duas
afirmações:
O (todo) professor ensina. O Amilcar
é professor. Logo, posso inferir que o Amilcar ensina. A inferência
aconteceu quando passei das premissas a uma conclusão permitidas por elas.
Aristóteles dizia que o raciocino é válido, formalmente, quando
seguimos corretamente as regras da lógica.
As regras se materializam através dos silogismos. O silogismo é o
encadeamento de duas premissas. A premissa é cada uma das proposições de um
silogismo que serve de base à conclusão.
Todo o pensamento deverá ser submetido a três regras básicas:
a)
Princípio da
identidade. A é A. Um ser é igual a ele mesmo sempre.
b)
Princípio da
não-contradição. Ou é ou não é. Sob o mesmo ponto de vista algo não pode
ser e não ser.
c) Princípio do terceiro excluído:
A é X – uma possibilidade
c) Princípio do terceiro excluído:
A é X – uma possibilidade
A não é X – segunda e última possibilidade. Exclui-se uma terceira.
Pensando dessa forma, Aristóteles criou uma nova ciência: a lógica. A
inteligência grega clássica era indisciplinada e caótica (talvez hoje seja
pior!) até que as fórmulas aristotélicas proporcionaram um método rápido para o
teste e a correção do pensamento. A lógica significa a arte e o método do
pensamento correto. É uma ciência porque, numa proporção muitíssimo elevada, os
processos de pensamento correto podem ser reduzidos a regras como a física e a
geometria, e ensinados a qualquer inteligência anormal; é uma arte, porque pela
prática, dá ao pensamento aquela precisão inconsciente e imediata que guia os
dedos do pianista.
Antes de falarmos: definamos os temos! Quanta discussão reduzida a
nada!
Outra questão importante é os universais. Um universal para
Aristóteles é qualquer substantivo comum (o que denota os seres de uma espécie
em sua totalidade), qualquer nome capaz de uma aplicação universal; assim,
animal, homem, livro, árvore são universais. Mas esses universais são idéias
subjetivas, não tangíveis. Tudo que existe fora de nós é um mundo de objetos
individuais e específicos, não de coisas genéricas e universais. Ora, o homem
universal não existe, exceto em pensamento, é uma abstração mental prática.
Uma contribuição admirável de Aristóteles é a doutrina do silogismo.
Um silogismo é um trio de proposições das quais a terceira (a conclusão)
segue-se da verdade admitida das outras duas.
Silogismo: Dedução
formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas, por
inferência, se tira uma terceira, chamada conclusão.
Premissas: Cada uma das proposições de um silogismo que serve de base
à conclusão.
Parece, porem, que o silogismo não é tanto um mecanismo para a
descoberta da verdade quanto para a clareza de exposição e de pensamento.
Mas é importante lembrarmos que Aristóteles dizia que há um limite
para o alcance da inteligência. Somente o ser dos dados sensíveis é conhecido
como objeto próprio e adequado da
inteligência. Aquilo que vem à nossa cabeça, a idéia alcançada pelos
sentidos, é construída por semelhança, por analogia. As idéias não são
atingidas diretamente.
Aristóteles utiliza as quatro formas lógicas:
TODO O X É Y.
NENHUM X É Y.
ALGUM X É Y.
ALGUM X NÃO É Y.
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